Por Janaína Viana
Engana-se quem pensa que a forte tradição sertaneja enfraquece os demais segmentos da capital goiana. Em entrevista para os integrantes de blog, o jornalista e produtor cultural Pablo Kossa, fala um pouco sobre sua vida profissional e pessoal, e conta como o perfil alternativo vem ganhando espaço e autonomia na cidade de Goiânia.
Nascido nos anos 80, Kossa conta como a influencia da família foi importante para constituir seu perfil de personalidade, na juventude foi ativista em movimentos estudantis e ainda hoje carrega marcas ideológicas destes processos. Nostalgicamente, ele nos conta como sentiu na pele a caminhada pela qual passam as bandas entusiasta do rock alternativo em Goiânia: "Já tive duas, três bandas.. mas infelizmente não sobrevivemos". Sem contar com muito espaço e apoio governamental, muitas outras bandas também se perdem no caminho.. Uma perda lamentável não apenas pelos músicos/artistas, mas também grande público alternativo goiano. A grande diferencia é que Pablo não fez dessa falta de apoio uma justificativa para o fracasso de reconhecimento, pelo contrário, estimulado pelo péssimo cenário e munido de boas perspectivas para o futuro, em 2002 temos a 1º edição do Vaca Amarela, Kossa não esconde o vaidade da iniciativa, mas é inegável sua tendencia benfeitora para a construção do bem-coletivo. Publico assíduo, ele assistiu de perto nascer e se fortalecer grandes festivais referencias do cenário alternativo goiano, nos conta: "Quando mais jovem já era publico de festivais, estive nas primeiras edições do Goiânia Noise, e do Bananada.. mas a minha banda não tinha espaço, então pensei que a saída era começar a produzir meus próprios shows, e assim nasce o Vaca Amarela".
Um dos pontos interessante onde chegamos no bate-papo com Kossa é a aceitabilidade que o ambiente alternativo promove, acolhendo a diversidade de perfis e comportamentos.. E esse publico já é bastante expressivo, ainda que muita gente não acompanhe, Goiânia é o nicho de muitas opções alternativas para quem quer fugir do tradicional sertanejo, vamos do Blues nas segundas no Goiânia Ouro ao chorrinho das noites de sexta-feira na Av. Goiás. Nos finais de semana a programação é garantida, os festivais e pequenas temporada não param de acontecer, centros culturais como o Martin Cererê e o já citado Gyn Ouro, além do muitos bares e boates direcionados a esses público, mantém suas portas abertas para receber essa galera. E Kossa dá a bronca, "Só não fica por dentro quem não quer!" O Piqui Alternativo quebra o galho e deixa alguns links no p.s. da matéria.
E acompanhando o crescimento dessa tão deseja autonomia da vertente alternativa, amadurece também os músicos/artistas que se promovem neste perfil. Está comprovada a competência e o talento de muita galera vindo aí. Bandas jovens que procuram espaço para ''darem seu show'', literalmente. Kossa acredita nesse potencial genuinamente goiano e sita bandas de destaque como a galera do Space Truck , Gloom dentre outros que também fazem um som responsa..
Nosso simpático entrevistado além de jornalista e apresentador do programa Papo Cabeça, na rádio referencia do segmento alternativo, a rádio Interativa, atua também como produtor cultural no coletivo Fósforo Cultural, fazendo movimentar e promover o circuito alternativo goianiense, com show, festivais e até mesmo baladas periódicas..
Para finalizar, nós, alternativos e genuinamente goianos(!) agradecemos por iniciativas como estas, e vamos fazendo a nossa parte: valorizar e marcar presença no cenário alternativo regional. E é isso aí, galera!
Matéria: Janaína Viana
Entrevista: Janaína Viana e Cris Sousa
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